Descubra o (nosso) Glossário Cultural de Santa Maria
Se tu estás planejando uma visita a Santa Maria, no coração do Rio Grande do Sul, ou apenas quer entender um pouco mais sobre a cultura local, é fundamental se familiarizar com algumas palavras e expressões típicas que fazem parte do cotidiano dos santa-marienses. A linguagem gaúcha é rica e cheia de características únicas, refletindo a identidade da região. Vamos explorar algumas dessas gírias e expressões que representam a essência da vida em Santa Maria.
GLOSSÁRIO SANTA MARIA, RS
Afudê – Significa “muito bom”, “legal”, “sensacional”. É uma gíria comum que surgiu a partir da expressão “afuzel”, que também tinha o mesmo significado.
Arcos da UFSM – há uma lenda urbana que diz que quem passa pelos arcos da UFSM, nunca mais será a mesma pessoa (tamanha transformação e experiência que a Universidade Federal de Santa Maria).
Bagual – Esse é o bruto! Bagual é aquele bicho bravo ou um peão casca-grossa. Se chamarem alguém de bagual, é porque o vivente tem uma energia de touro!
Bah! – Palavra curinga do gaúcho. Serve pra qualquer emoção: alegria, tristeza, raiva, surpresa… Se o gaúcho diz “bah!”, tu precisas ver o contexto, porque pode significar qualquer coisa, mas sempre com muita emoção!
Boca do Monte – Tem raízes históricas e geográficas e está profundamente ligada à identidade da cidade. Ela se refere à localização de Santa Maria, situada bem próxima à borda da serra que integra a região central do Rio Grande do Sul.
Bolicho – Não é só um comércio, é um ponto de encontro! O bolicho é o mercado, o café, e o escritório de fofoca da gauchada. Lá tu consegues comprar de tudo, mas principalmente encontrar boa prosa.
Calçadão – espaço exclusivo para pedestres, repleto de lojas, cafés e serviços diversos. Uma área de passeio público localizada no centro da cidade, sendo um importante ponto de encontro e convivência para moradores e visitantes.
Capaz – Não, não significa “capaz” como no resto do Brasil. Aqui é mais como um “sério?” ou “duvido!”. Se te contarem uma história mirabolante, responde com um “Capaz!” e deixa a conversa seguir.
Carreteiro – Risoto? Que nada! Carreteiro é o arroz com carne de verdade, com gosto de campo. Começou com o pessoal das antigas, que fazia o prato no meio da estrada, e até hoje é prato obrigatório em festa boa.
Cevando o mate – Preparando o chimarrão com cuidado, como um ritual. Quem sabe cevar mate direito merece respeito, porque é um verdadeiro alquimista da erva.
Chimarrão – O cafézinho dos gaúchos, só que sem cafeína e cheio de erva. O chimarrão é o “whatsapp” da gauchada: se reúne pra tomar mate e colocar o papo em dia. Mas cuidado pra não esquentar demais a água, senão “queima a boca do vivente!”
China – Não tem nada a ver com o país! Por aqui, china é a mulher forte e destemida, que tá no meio dos peões e manda ver. Quando chamam uma prenda de china, é sinal de que ela é guerreira de verdade.
Cusco – Nosso querido cachorrinho, geralmente vira-lata, que fica lagarteando ao sol no pátio. Em Santa Maria, todo mundo conhece algum cusco famoso da vizinhança.
Entrevero – Pode ser aquele prato delicioso de carne com legumes ou uma baita confusão. Se te chamarem pra um entrevero, só cuida pra saber se é pra comer ou brigar!
Gauchada – A galera que usa bombacha, toma chimarrão e vive o orgulho de ser gaúcho. Quando a gauchada se reúne, é certeza de churrasco, dança e um baita amor pelo Rio Grande.
Guri/Guria – Menino e menina na linguagem gaúcha. Serve pra todas as idades e é um jeito carinhoso de chamar o povo da terrinha.
Lagartear – Arte de ficar deitado ao sol, se espreguiçando igual lagarto. Gaúcho lagarteia no sol como ninguém, especialmente depois de um baita churrasco ou comendo uma bergamota no sol do inverno.
Matear – É o verbo oficial dos gaúchos para tomar chimarrão. “Vamos matear” é o convite para um bom papo, seja em casa, no parque ou na praça de Santa Maria. Mas chega cedo, porque a roda de mate não espera!
Maria Fumaça -É um símbolo importante em Santa Maria, RS, refletindo o passado ferroviário que moldou a cidade. Durante o auge das ferrovias, Santa Maria foi um dos principais polos ferroviários do Brasil, com a Maria Fumaça sendo crucial para o transporte de pessoas e mercadorias, conectando a cidade com outras regiões e impulsionando o desenvolvimento econômico local. Hoje, a Maria Fumaça carrega um valor histórico e nostálgico, celebrada em eventos e passeios turísticos que revivem o legado ferroviário, reforçando a identidade cultural de Santa Maria e sua conexão com o passado.
Piazito/Piazinha – Termos carinhosos para a gurizada. Quando alguém chama de piazito, é aquele jeito carinhoso de ver a criançada correndo por aí, igual a capivara no Arroio Cadena.
Pilcha – O uniforme de gala dos gaúchos. Quer ver alguém bem trajado? Procure quem tá de pilcha completa: bombacha, lenço, e bota. É o look oficial pra eventos sérios e bailes.
Prenda – Nada de “moça” ou “senhorita” por aqui. Prenda é a mulher gaúcha de respeito, que sabe dançar uma vaneira e é fera em cultura tradicional. Elas brilham nos rodeios e são o charme da festa.
Rua 24h – Quem nunca se encontrou “na 24h”? Foi a primeira rua do Estado a funcionar 24 horas por dia, inaugurada em março de 1994 (teve sua estrutura preservada até 2003). Rua 24 Horas ficava na Rua Alberto Pasqualini, no centro da cidade.
Tchê – Palavrinha mágica! Pode ser um chamado, uma interjeição ou só pra dar aquela ênfase na frase. Exemplo: “Tchê, que saudade de um carreteiro!” É muito útil e cabe em qualquer frase.
UNIFRA – É como os mais antigos chamam a UFN. Há também quem chame de FIC (os bem mais antigos ainda chamam assim).
Vaneira – É a dança que faz o chão tremer nos bailes. A vaneira levanta o povo e faz até o mais tímido dar uns passos, geralmente de bombacha e bota.
Varanda – É tipo a sala, mas no contexto gaúcho, é um espaço de convivência social em casas rurais e urbanas, onde as pessoas se reúnem para conversar, tomar chimarrão e apreciar a vista, funcionando como um ponto de encontro e acolhimento familiar.
Vento Norte – É aquele famoso “ventinho” que chega com tudo, mudando o tempo e deixando o ar quente e abafado, especialmente em dias de calor. É um fenômeno meteorológico em Santa Maria, caracterizado por um vento quente e seco que sopra do norte, principalmente nas estações de primavera e verão. Ele aumenta as temperaturas e reduz a umidade.
O Valor Cultural das Expressões Gaúchas
Conhecer essas palavras e expressões é uma forma de imergir na cultura local e se conectar com a vida em Santa Maria. O vocabulário santa-mariense revela o orgulho e o carinho da cidade pelas tradições gaúchas.
Agora que já conheces um pouco mais sobre a linguagem e os costumes locais, que tal explorar Santa Maria e experimentar a essência desse vocabulário na prática?